Fui convocado para a entrevista do Chevening: e agora?

Antes de qualquer coisa, se você foi convocado para a fase de entrevistas da bolsas de estudos Chevening, parabéns! O processo seletivo é altamente competitivo: passar para a próxima etapa é uma grande conquista e deve ser comemorada. Mas e agora? Como se preparar para esse momento? Nessa publicação vou compartilhar um breve relato de como foi a minha entrevista e também algumas dicas de como você pode se preparar e aumentar suas chances de estudar no Reino Unido, com a bolsa Chevening.

Minha entrevista

A minha entrevista aconteceu em Curitiba, em uma escola da Cultura Inglesa. Fui entrevistada pelo Chevening Officer do Brasil (Eduardo Mack), uma diplomata britânica e uma alumna Chevening. A entrevista durou aproximadamente 45 minutos e era focada nos tópicos das essays.

A primeira coisa que me pediram foi para que eu me apresentasse, falasse um pouco de mim. Ao longo desses 45min, os entrevistadores fizeram diversas perguntas com base no que eu respondia – ou seja, eles buscavam saber mais sobre determinados exemplos que eu dava ou sobre algumas informações que eu destacava. Os três entrevistadores foram muito gentis, educados e me deixaram muito tranquila desde o início.

Como fazer a sua preparação

Organize-se para a entrevista

Quando recebi a notícia de que tinha sido convocada para a entrevista do Chevening, o primeiro passo da minha preparação foi pesquisar dicas genéricas de como ter sucesso em uma entrevista. Além disso, pesquisei bastante sobre linguagem corporal, algo que eu nunca havia estudado antes. Então, minha primeira dica é: assista a vídeos e leia esses conteúdos riquíssimos que estão disponíveis gratuitamente na internet para melhorar sua performance na entrevista.

Assista aos vídeos do canal do Chevening

Você sabia que o Chevening possui um canal no Youtube com vários vídeos sobre a preparação para a entrevista? O Chevening Secretariat ajuda muito na preparação. Os vídeos vão lhe dar uma ideia do que os entrevistadores esperam de você. Ademais, Eduardo Mack, Chevening Officer do Brasil, contribuiu em um desses vídeos!

Pratique!

Na entrevista você irá, basicamente, reforçar o que disse nas suas essays. Então, por que é importante praticar? Por vários motivos: para que você organize mentalmente aquilo que precisa ser dito na entrevista (o que te diferencia dos demais?), para treinar a estrutura das suas respostas (lembre-se de que respostas escritas são diferentes de respostas “faladas”) e para conseguir explicar os seus exemplos de forma clara. As perguntas também são mais específicas do que aquelas das essays, então a preparação realmente é fundamental.

Além disso, acredito que a maioria das pessoas, assim como eu, não tem costume de falar inglês no Brasil. Então é importante praticar as respostas em voz alta para “destravar” o inglês. O bolsista Renan fala da importância de saber como transmitir, na entrevista, sua história, conquistas e objetivos:

“Estudar a própria application é um ponto-chave. Você precisa saber explicar com muita habilidade e propriedade sobre sua própria carreira, networking que construiu ao longo da vida, conquistas profissionais e acadêmicas, ter uma justificativa consistente para as universidades escolhidas, os próximos passos depois de terminar o mestrado e como sua formação vai ajudar ou impactar a sociedade brasileira. Esses quesitos precisam ser lógicos, claros e concisos de uma maneira que você consiga transmiti-los muito naturalmente” – Renan de Souza, Chevening Scholar (International Relations, Goldsmiths University of London).

Simule a entrevista

Você tem amigos que falam inglês ou um professor de inglês disposto a lhe ajudar? Então acione sua rede de contatos e peça para que eles lhe auxiliem em uma simulação da entrevista. Dê a eles uma lista com perguntas e as responda como se realmente estivesse na entrevista do Chevening. Peça a opinião sincera do “entrevistador” dessa simulação e faça uma autoavaliação: é nessa hora que você vai perceber o que ainda precisa melhorar.

Confira essa mock interview, feita por alguns bolsistas Chevening.

No dia da entrevista

Como lidar com o nervosismo

Nada mais natural do que ter medo que o nervosismo atrapalhe na hora da entrevista. O bolsista André dá dicas de como vencer esse obstáculo:

“Como aluno de psicologia e neurociência, agora eu entendo porque o cérebro “trava” em momentos de muita tensão. Por isso, durante a entrevista em inglês, minha dicas são: 1) visualize o resultado esperado, imagine que você já conseguiu; 2) pratique com alguém ou por conta própria; 3) observe outros, procure vídeos; e 4) diga para si mesmo que consegue e tente manter a calma, respire fundo” – André Hedlund, Chevening Scholar (Psychology of Education – University of Bristol)

Eu usei uma técnica de respiração antes da entrevista que me ajudou (e muito!) a ficar tranquila.

Chegue no local da entrevista com antecedência

A entrevista possivelmente será em um lugar no qual você nunca esteve antes. Dessa forma, é importantíssimo que se organize para chegar no local com antecedência, para evitar qualquer contratempo. Eu fiz a minha entrevista na Cultura Inglesa, em Curitiba. Cheguei lá com 1 hora de antecedência e utilizei esse tempo de espera para fazer uma revisão mental do que eu queria transmitir e também fazer alguns exercícios de respiração para me tranquilizar. E o melhor de tudo: a escola possuía diversos quadros de Londres, bandeiras do Reino Unido, gente falando inglês ao meu redor. Foi ótimo para me ambientar!

Se você tiver qualquer problema e chegar na entrevista “em cima” da hora, pode perder a concentração, foco e ficar nervoso, comprometendo a sua performance e reduzindo suas chances de sucesso.

Não minta!

É muito importante que você reforce na entrevista as suas próprias experiências e habilidades, sem mentir – sob hipótese alguma! Veja o que aconteceu na entrevista do bolsista Renan:

“Eu citei na minha aplicação que estava estudando árabe e já conseguia falar o básico. Por coincidência, um dos meus entrevistadores foi o Encarregado de Negócios do Reino Unido no Iraque e me fez duas perguntas em árabe e eu as respondi. Ele ficou muito impressionado como alguém do Brasil sabia falar árabe. O que quero dizer é: use os seus pontos fortes estrategicamente a seu favor. Sempre tive facilidade com idiomas e quis ressaltar isso na minha aplicação para o Chevening” – Renan de Souza, Chevening Scholar (International Relations, Goldsmiths University of London)

Espero que essas dicas sejam úteis para você. Boa sorte e sucesso!

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