Chevening: Bolsista aponta importância de preparar application com antecedência

Estão abertas as inscrições para o Chevening, programa do Governo Britânico que oferece bolsas de estudo integrais para mestrado no Reino Unido. Até o dia 5 de novembro estudantes de mais de 160 países, incluindo o Brasil, podem enviar applications para o benefício, que cobre passagens de ida e volta para a terra da Rainha, valor de emissão do visto, anuidade do curso escolhido, taxas administrativas da universidade e uma “mesada” para despesas pessoais.

Os candidatos podem ser de qualquer área de atuação, desde que apresentem um excelente desempenho acadêmico e perfil de liderança. O Chevening exige, ainda, que o estudante:

– Tenha experiência profissional de pelo menos dois anos (incluindo voluntariado e estágio – remunerado ou não);

– Manifeste o desejo de retornar ao seu país de origem após a conclusão do mestrado;

– Tenha um histórico profissional de excelência e potencial para se tornar um líder em sua área;

– Manifeste interesse em se conectar a outros bolsistas Chevening durante e após estudar no Reino Unido;

– Demonstrar que possui as qualidades pessoais necessárias para se beneficiar da bolsa e aplicá-la em sua carreira.

Estas questões são manifestadas no chamado essay, enviado no ato da candidatura. O documento funciona como uma carta de apresentação, onde o estudante deve responder, indiretamente, perguntas como:

– Aonde você quer chegar?

– Como você pode demonstrar que possui potencial de liderança e de influência?

– Como você utiliza suas habilidades de networking e as utiliza de forma positiva?

– Você é um estudante dedicado e sabe expressar como o mestrado fará a diferença na sua trajetória?

O Chevening existe desde 1983 e possui um largo histórico de grandes personalidades, incluindo presidentes, embaixadores, ministros, artistas, escritores, designers e jornalistas. No Brasil, a bolsa já beneficiou mais de 1.500 estudantes e uma delas é Marina Brini, mestranda em Development Policy and Politics na University of Birmingham.

“O Chevening acabou se tornando muito mais que uma bolsa, mas uma experiência fascinante que eu queria conseguir mais do que qualquer outra coisa”, afirma Brini que, ao decidir aplicar para o benefício, começou a pesquisar cursos e universidades do Reino Unido antes de decidir para quais iria se candidatar. “Levou mais ou menos três semanas até que eu chegasse a uma decisão. Isso foi parte essencial do processo, pois as escolhas dos cursos precisavam estar totalmente alinhadas com os meus objetivos de carreira, o que naturalmente impactaria muito na minha estratégia junto ao Chevening”.

Escolhidas as opções, a brasileira começou então a rascunhar as respostas do seu essay, levando em conta os quatro eixos abordados na application do Chevening: liderança, networking, estudo no Reino Unido e plano de carreira. “Dos rabiscos iniciais até as respostas finais para os essays, levei mais ou menos um mês. Consegui finalizar minha application aproximadamente duas semanas antes do encerramento das inscrições“, lembra.

Para o processo de candidatura ao Chevening é importante levar em consideração os prazos. Quanto antes puder começar com as pesquisas, preparação e organização melhor, pois assim o candidato não terá que seguir as etapas às pressas. Brini alerta que, além de escrever e reescrever sua melhor versão para o essay, há a parte burocrática do processo, que inclui reunir todos os documentos exigidos, preenchimento das demais sessões da application e de experiência de estudo e trabalho. “Começar a se preparar com antecedência, para não precisar fazer nada na correria, é essencial para o sucesso”.

O processo seletivo da bolsa conta com duas fases. Na primeira, o candidato envia toda a documentação exigida e cartas de recomendação e apresentação. Já a segunda etapa acontece em formato entrevista, toda em inglês, na Embaixada Britânica ou em cidades que tenham um consulado britânico. Perguntamos a Marina algumas dicas para se sair bem na primeira fase da seleção. Anote aí:

Criação dos essays

“Se tiver que escolher um aspecto que me ajudou a construir essays com qualidade, diria que foi objetividade. Há um limite de 500 palavras por resposta, o que te deixa pouco espaço para convencê-los de que merece ganhar a bolsa. Tive que desapegar de informações menos importantes e focar apenas no que era essencial que eles soubessem. Pensei: ‘o que preciso colocar aqui para que eles pensem que vale a pena me conhecer?’. Isso me permitiu rechear meus essays de pontos que foram vitais para a minha aprovação”.

“Além disso, é importante utilizar uma linha temporal nos seus textos. Idas e vindas ao passado e futuro ao narrar seus feitos e objetivos pode deixar os avaliadores confusos e entendiados. Por último, é muito importante pedir que alguém revise seus textos antes de submetê-los. Como o processo de escrita é longo, a leitura, inevitavelmente, fica ‘viciada’ após um tempo e erros bobos podem acabar passando batido, mesmo que você possua um ótimo nível de inglês”.

O processo de candidatura

“Primeiramente, tenha convicção. Você precisa ter certeza de que realmente quer conseguir a bolsa para entrar nessa empreitada. O processo é intenso e cansativo e, sem convicção, você vai acabar desistindo no caminho ou não dando o seu melhor, o que pode minar suas chances de aprovação”.

“Em segundo lugar, planejamento. Estipule prazos para cumprir cada uma das etapas, faça tudo com antecedência, e isso certamente vai lhe permitir elaborar um application de muito mais qualidade. Não deixe o teste de inglês e o application para as universidades para a última hora, pois eles são parte do processo. Se você for selecionado para a entrevista, é muito melhor que esteja ‘livre’ dessas outras obrigações para focar apenas na sua preparação. Acumular tarefas pode te deixar sobrecarregado, ansioso, e prejudicar a sua performance”.

Como lembrado por Brini, não basta candidatar-se à bolsa, o estudante deve aplicar também às universidades que escolheu. Neste caso, a bolsista contou com a assessoria gratuita do loveUK para auxiliá-la em suas opções – University of Birmingham, University of Glasgow e University of York -, todas parceiras loveUK. “Os consultores me mandaram um modelo de statement letter que me ajudou muito a elaborar a minha própria carta. Depois foram super solícitos em dar uma olhada e verificar se estava tudo ok. Submeti minhas applications com muita tranquilidade e acabei conseguindo uma oferta incondicional em todas as minhas três opções”.

No fim, a brasileira optou por Birmingham por conta da grade curricular forte em políticas de desenvolvimento, algo que se encaixava aos seus objetivos de carreira de curto, médio e longo prazo. “Além disso, é uma universidade altamente internacionalizada, o que vai me permitir viver de forma prática os benefícios da internacionalização no ensino superior – temática diretamente relacionada à minha área de atuação profissional”, explica.

Perguntada sobre seus planos após o mestrado, Marina tem seus objetivos bem delimitados, algo esperado de um vencedor da bolsa Chevening. “Imediatamente após o término do mestrado, pretendo retornar para o cargo que ocupo no governo de Minas Gerais e contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do estado por meio do processo de internacionalização das suas Instituições de Ensino Superior. No médio e longo prazo, desejo continuar trabalhando em prol do desenvolvimento nacional por meio da cooperação internacional, na Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), respectivamente”.

Não perca tempo e aproveite a abertura das inscrições do Chevening para começar suas pesquisas agora!

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